Yoga é autoconhecimento, o que buscamos com autoconhecimento é a liberação (Moksa). Liberdade para agirmos deliberadamente.
Muito se ouve falar nas salas de yoga, terapia zen, meditações, etc., sobre iluminar-se, transcender, esvaziar a mente, parar de pensar, fazer práticas austeras para se alcançar algo. Tudo muito longe do nosso dia a dia. O que é esse algo? Alguma experiência extra corporal, que envolva luzes coloridas?
Será que não pode ser esse algo mais objetivo, que a gente possa compreender, sem que se precise acreditar cegamente em algum dogma?
YOGAS CITTA VRTTI NIRODHAH, este é o segundo sutra de patanjali, normalmente ele é traduzido como: “yoga é a suspensão das ondas mentais”, e estendendo o assunto, que através do yoga conseguimos esvaziar a mente, deixá-la vazia, livre de pensamentos, de julgamentos, de criticas. Isso é possível? Na prática não. A melhor interpretação então seria, “o aquietamento das ondas mentais é yoga”. Segundo Sri Swami Satchidananda, “se a contenção das alterações mentais for alcançada, a pessoa terá atingido o objetivo do yoga”. Ainda segundo ele, Chittam é a soma total da mente, Para ter uma imagem completa do que Patanjali quer dizer com a palavra “mente”, você deve saber que dentro do chittam há diferentes níveis. A mente básica é chamada ahamkara, ou o ego, o sentimento do “Eu”. Isto faz surgir o intelecto ou a faculdade de discernimento que é chamado buddhi. Outro nível é chamado manas, a parte da mente que deseja, que sente atração pelas coisas exteriores através dos sentidos.
Sabendo um pouco disso, percebemos que o que buscamos é conhecimento, saber como e talvez por que.
E como se chega nesse contentamento? O que é aquietar a mente? Não é calar ou deixar de pensar. É observar. É aceitar que julgamentos sempre irão existir, que o que precisamos é discernir.
Quando eu me sento de maneira confortável com a coluna ereta, respirando de forma correta eu deixo minha mente propicia para o exercício de observação. Começo observando o local em que eu estou. As condições externas. Depois levo minha atenção ao inspirar e expirar, e assim como observo tudo isso eu também observo meus pensamentos, meus sentimentos. O que está acontecendo comigo agora? Como me sinto? O que me levou a isso? Quais os papéis eu assumo na minha vida? Se eu tirar tudo isso da frente o que fica?
Eu fico. Verdadeiramente o que eu sou. Aquilo que está sempre presente, que mesmo com todos os fatores externos não muda. Eu já sei que tudo é impermanente, nem a maior alegria do mundo e nem a maior tristeza, duram por muito tempo. Aquilo que fica testemunha tudo isso.
Logo que eu me percebo observando, eu travo vários diálogos internos, várias criticas, várias cobranças, julgamentos, orgulhos. Parece que ao invés de acalmar minha mente, ela está se agitando mais, o corpo quer se mexer.
Aí entra o trabalho árduo que ouvimos. A disciplina, por isso a prática física, por isso o pranayama, para nos prepararmos, para que nosso corpo possa experimentar bem estar e deixar que nós façamos o exercício de observação.
Praticando tudo fica mais tranqüilo, quando a raiva vem (ela sempre virá e tudo bem, faz parte da vida, os desejos também virão), já sabemos como ela é, como se manifesta, e aí temos escolha de como agir diante dela. Podemos ser reativos ou podemos observar e agir deliberadamente. Cada vez mais nos conhecemos.
Mas falta alguma coisa, não basta ter o corpo pronto e a mente capaz de observar. Precisamos saber o que está em questão, de alguma coisa que tire nossas dúvidas. Que esclareça e que ilumine o que está sombrio. Com a mente preparada podemos ouvir os ensinamentos. Temos escrituras disponíveis e professores capazes para ensinar. Como nosso discernimento está afiado, podemos escolher o que é melhor.
Disciplina só é difícil no começo, depois que passa a fazer parte de nós, nem percebemos o esforço em fazer algo, assim foi quando criança e tivemos que aprender a escovar os dentes, tomar banho. Hoje faz parte da nossa rotina e não é mais um sacrifício.
Não se alcança nada sem esforço, mas cuidado para não forçar o limite, não se obrigue a nada, não aceite nada sem explicação. Escolha. Tenha discernimento. As ferramentas estão disponíveis para o caminho do autoconhecimento, que nos leva a Moksa, que nos ilumina (tirando as dúvidas) e nos liberta (quando somos capazes de observar as coisas e agir deliberadamente).
Aja corretamente, dentro dos seus valores, se precisar abandone valores antigos que não te sirvam mais e trabalhe para adquirir outros. Sempre buscando a verdade e o autoconhecimento.
Namaste!
Muito se ouve falar nas salas de yoga, terapia zen, meditações, etc., sobre iluminar-se, transcender, esvaziar a mente, parar de pensar, fazer práticas austeras para se alcançar algo. Tudo muito longe do nosso dia a dia. O que é esse algo? Alguma experiência extra corporal, que envolva luzes coloridas?
Será que não pode ser esse algo mais objetivo, que a gente possa compreender, sem que se precise acreditar cegamente em algum dogma?
YOGAS CITTA VRTTI NIRODHAH, este é o segundo sutra de patanjali, normalmente ele é traduzido como: “yoga é a suspensão das ondas mentais”, e estendendo o assunto, que através do yoga conseguimos esvaziar a mente, deixá-la vazia, livre de pensamentos, de julgamentos, de criticas. Isso é possível? Na prática não. A melhor interpretação então seria, “o aquietamento das ondas mentais é yoga”. Segundo Sri Swami Satchidananda, “se a contenção das alterações mentais for alcançada, a pessoa terá atingido o objetivo do yoga”. Ainda segundo ele, Chittam é a soma total da mente, Para ter uma imagem completa do que Patanjali quer dizer com a palavra “mente”, você deve saber que dentro do chittam há diferentes níveis. A mente básica é chamada ahamkara, ou o ego, o sentimento do “Eu”. Isto faz surgir o intelecto ou a faculdade de discernimento que é chamado buddhi. Outro nível é chamado manas, a parte da mente que deseja, que sente atração pelas coisas exteriores através dos sentidos.
Sabendo um pouco disso, percebemos que o que buscamos é conhecimento, saber como e talvez por que.
E como se chega nesse contentamento? O que é aquietar a mente? Não é calar ou deixar de pensar. É observar. É aceitar que julgamentos sempre irão existir, que o que precisamos é discernir.
Quando eu me sento de maneira confortável com a coluna ereta, respirando de forma correta eu deixo minha mente propicia para o exercício de observação. Começo observando o local em que eu estou. As condições externas. Depois levo minha atenção ao inspirar e expirar, e assim como observo tudo isso eu também observo meus pensamentos, meus sentimentos. O que está acontecendo comigo agora? Como me sinto? O que me levou a isso? Quais os papéis eu assumo na minha vida? Se eu tirar tudo isso da frente o que fica?
Eu fico. Verdadeiramente o que eu sou. Aquilo que está sempre presente, que mesmo com todos os fatores externos não muda. Eu já sei que tudo é impermanente, nem a maior alegria do mundo e nem a maior tristeza, duram por muito tempo. Aquilo que fica testemunha tudo isso.
Logo que eu me percebo observando, eu travo vários diálogos internos, várias criticas, várias cobranças, julgamentos, orgulhos. Parece que ao invés de acalmar minha mente, ela está se agitando mais, o corpo quer se mexer.
Aí entra o trabalho árduo que ouvimos. A disciplina, por isso a prática física, por isso o pranayama, para nos prepararmos, para que nosso corpo possa experimentar bem estar e deixar que nós façamos o exercício de observação.
Praticando tudo fica mais tranqüilo, quando a raiva vem (ela sempre virá e tudo bem, faz parte da vida, os desejos também virão), já sabemos como ela é, como se manifesta, e aí temos escolha de como agir diante dela. Podemos ser reativos ou podemos observar e agir deliberadamente. Cada vez mais nos conhecemos.
Mas falta alguma coisa, não basta ter o corpo pronto e a mente capaz de observar. Precisamos saber o que está em questão, de alguma coisa que tire nossas dúvidas. Que esclareça e que ilumine o que está sombrio. Com a mente preparada podemos ouvir os ensinamentos. Temos escrituras disponíveis e professores capazes para ensinar. Como nosso discernimento está afiado, podemos escolher o que é melhor.
Disciplina só é difícil no começo, depois que passa a fazer parte de nós, nem percebemos o esforço em fazer algo, assim foi quando criança e tivemos que aprender a escovar os dentes, tomar banho. Hoje faz parte da nossa rotina e não é mais um sacrifício.
Não se alcança nada sem esforço, mas cuidado para não forçar o limite, não se obrigue a nada, não aceite nada sem explicação. Escolha. Tenha discernimento. As ferramentas estão disponíveis para o caminho do autoconhecimento, que nos leva a Moksa, que nos ilumina (tirando as dúvidas) e nos liberta (quando somos capazes de observar as coisas e agir deliberadamente).
Aja corretamente, dentro dos seus valores, se precisar abandone valores antigos que não te sirvam mais e trabalhe para adquirir outros. Sempre buscando a verdade e o autoconhecimento.
Namaste!
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