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Rio de janeiro (finalmente te amo) 07 de julho de 2010.
Eu não acredito que temos que sofrer. Temos escolha. Claro que confrontos internos doem, mas isso depende do ponto de vista. Se dói é porque eu deixo doer, porque estou presa a algum condicionamento ou projeção. Se eu tiver uma visão objetiva a dor passa, pois eu sei que tudo é impermanente.
É muito difícil sim, sempre beiramos a autopunição por não nos julgarmos capazes e nem merecedores da felicidade. Está entranhado na cultura ocidental o conceito católico de culpa.
Tudo acontece porque tem que acontecer, sempre que agimos temos a contrapartida e às vezes podemos fazer tudo certo e o resultado ser todo errado, mas se for assim é porque é o merecido, então para que se culpar?
Olhamos para alguns santos e vemos dor, mas será que eles sentiam dor, ou era só um processo? Para a renúncia tem que estar verdadeiramente preparado, senão vira autoflagelação. Na Gita Krishna repete sempre para Arjuna, quando este pergunta qual o melhor caminho, de renúncia ou ação? Krishna diz: os dois levam a libertação (Moksa), porém a ação é o mais seguro, pois a renúncia só se for verdadeira senão é fuga.
Nossa mente não pode sequer pensar na destruição do nosso corpo. Não somos o corpo, mas o corpo é a gente também. Quando minha perna dói, eu digo que ela está doendo e não que eu estou doendo, mas se eu não cuidar, ficarei sem uma parte de mim.
Se eu enxergo as coisas com discernimento e deliberadamente eu ajo, fico mais perto de me liberar.
Liberdade não é fazer o que der na telha e sim entender que tudo tem uma ordem, tudo é uma coisa só. Estamos todos no mesmo espaço, respirando. Este espaço permeia tudo e por isso somos um.
É fácil encarar um papel novo, tipo tudo isso é novela, estou fora disso, só observo, mas internamente está tudo desmoronando.
Estou lendo um livro, “Não temas o mal”, lá diz que criamos três soluções para nossas projeções de infância em busca de amor. Uma é a submissão, fingimos amar a todos, nos vitimizamos para sermos amados e cuidados. A segunda é o poder, a raiva. Fazemos-nos de fortes para não precisarmos de ninguém, qualquer manifestação de emoção é bobagem, querendo ser admirado e respeitado pela raiva. A terceira é a falsa serenidade, onde fingimos paz, mas na verdade só estamos reprimindo tudo e isso gera tanta bagunça interna que um dia explode.
São sempre três, Ayurveda, Gita. Somos regidos por três forças, raiva, preguiça e neutra, mas até aí tem dificuldade, Cada hora estamos de um jeito e não tem como cessar isso, somos humanos, temos sentimentos e emoções, a sabedoria está em observar e agir corretamente, ter escolha. Não iremos deixar de sentir raiva ou desejos, o que podemos é não perder a razão por eles.
Às vezes só resta entregarmo-nos e redermo-nos, não há o que fazer, não há porque lutar tanto é só deixar ser, um dia depois do outro. Resolver o dia, o que ficar para amanhã é amanhã que resolveremos. Aí vem o tal poder do agora. Agora não tem problema, quando a situação aperta a solução é imediata, o problema é só a mente projetando e tendo medo.
A mente sente medo, o ego sente medo e algo em nós sente medo dos dois, pois sabe que não somos só eles, somos tudo junto. Por isso alinhar o pensamento com as palavras e ações. Agir corretamente com nossos valores e não pelo valor de ninguém, assim a mente fica mais à vontade e trabalha a nosso favor, pois a estamos alimentando com bom alimento e não pensamentos opostos, e quando percebemos que um valor não nos serve mais e deve ser mudado é a hora da disciplina, de praticar até que um novo valor passe a ser nosso.
Esse caminho não tem volta, é árduo porque requer disciplina e tudo que é diferente a mente estranha, mas depende da gente ficar remoendo ou passar adiante.
Se acreditarmos que tudo tem uma ordem e que pulsamos juntos, é só lidar com um dia depois do outro.
Fazendo as pazes comigo!
Eu não acredito que temos que sofrer. Temos escolha. Claro que confrontos internos doem, mas isso depende do ponto de vista. Se dói é porque eu deixo doer, porque estou presa a algum condicionamento ou projeção. Se eu tiver uma visão objetiva a dor passa, pois eu sei que tudo é impermanente.
É muito difícil sim, sempre beiramos a autopunição por não nos julgarmos capazes e nem merecedores da felicidade. Está entranhado na cultura ocidental o conceito católico de culpa.
Tudo acontece porque tem que acontecer, sempre que agimos temos a contrapartida e às vezes podemos fazer tudo certo e o resultado ser todo errado, mas se for assim é porque é o merecido, então para que se culpar?
Olhamos para alguns santos e vemos dor, mas será que eles sentiam dor, ou era só um processo? Para a renúncia tem que estar verdadeiramente preparado, senão vira autoflagelação. Na Gita Krishna repete sempre para Arjuna, quando este pergunta qual o melhor caminho, de renúncia ou ação? Krishna diz: os dois levam a libertação (Moksa), porém a ação é o mais seguro, pois a renúncia só se for verdadeira senão é fuga.
Nossa mente não pode sequer pensar na destruição do nosso corpo. Não somos o corpo, mas o corpo é a gente também. Quando minha perna dói, eu digo que ela está doendo e não que eu estou doendo, mas se eu não cuidar, ficarei sem uma parte de mim.
Se eu enxergo as coisas com discernimento e deliberadamente eu ajo, fico mais perto de me liberar.
Liberdade não é fazer o que der na telha e sim entender que tudo tem uma ordem, tudo é uma coisa só. Estamos todos no mesmo espaço, respirando. Este espaço permeia tudo e por isso somos um.
É fácil encarar um papel novo, tipo tudo isso é novela, estou fora disso, só observo, mas internamente está tudo desmoronando.
Estou lendo um livro, “Não temas o mal”, lá diz que criamos três soluções para nossas projeções de infância em busca de amor. Uma é a submissão, fingimos amar a todos, nos vitimizamos para sermos amados e cuidados. A segunda é o poder, a raiva. Fazemos-nos de fortes para não precisarmos de ninguém, qualquer manifestação de emoção é bobagem, querendo ser admirado e respeitado pela raiva. A terceira é a falsa serenidade, onde fingimos paz, mas na verdade só estamos reprimindo tudo e isso gera tanta bagunça interna que um dia explode.
São sempre três, Ayurveda, Gita. Somos regidos por três forças, raiva, preguiça e neutra, mas até aí tem dificuldade, Cada hora estamos de um jeito e não tem como cessar isso, somos humanos, temos sentimentos e emoções, a sabedoria está em observar e agir corretamente, ter escolha. Não iremos deixar de sentir raiva ou desejos, o que podemos é não perder a razão por eles.
Às vezes só resta entregarmo-nos e redermo-nos, não há o que fazer, não há porque lutar tanto é só deixar ser, um dia depois do outro. Resolver o dia, o que ficar para amanhã é amanhã que resolveremos. Aí vem o tal poder do agora. Agora não tem problema, quando a situação aperta a solução é imediata, o problema é só a mente projetando e tendo medo.
A mente sente medo, o ego sente medo e algo em nós sente medo dos dois, pois sabe que não somos só eles, somos tudo junto. Por isso alinhar o pensamento com as palavras e ações. Agir corretamente com nossos valores e não pelo valor de ninguém, assim a mente fica mais à vontade e trabalha a nosso favor, pois a estamos alimentando com bom alimento e não pensamentos opostos, e quando percebemos que um valor não nos serve mais e deve ser mudado é a hora da disciplina, de praticar até que um novo valor passe a ser nosso.
Esse caminho não tem volta, é árduo porque requer disciplina e tudo que é diferente a mente estranha, mas depende da gente ficar remoendo ou passar adiante.
Se acreditarmos que tudo tem uma ordem e que pulsamos juntos, é só lidar com um dia depois do outro.
Fazendo as pazes comigo!
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